Os
trajes utilizados pelos participantes da Chegança Santa Cruz de
Itabaiana-SE, são confeccionados pela esposa de José Serafim de
Menezes, Maria José de Jesus, com recursos próprios e seguem à
imitação da Marinha, vestes brancas com detalhes em azul e dourado.
O rei mouro usa manto vermelho, coroa e espada. Seus embaixadores
trajam roupas brancas, trazendo uma faixa cruzada em seu peito com a
indicação de seu posto.
Quanto à simbologia das cores das vestimentas, Beatriz Góis Dantas
esclarece: “... onde se defrontam mouros e cristãos, não tem aqui
definida função identificadora dos personagens em oposição”.
Sendo assim, a variação de cores não descaracteriza o contexto do
folguedo porque não há um padrão de cores a ser seguido.1
Maria José de Jesus nos conta que para confeccionar os trajes é
comprada uma peça que, em geral custa caro, ou a mesma visualiza em
lojas ou revistas e faz a reprodução de várias peças. Um exemplo
disso foi a compra de um chapéu de marinheiro adquirido por Zé de
Binel, o qual foi desmanchado para fazer o molde e assim poder
confeccionar outras peças. Os trajes são guardados sob
responsabilidade do líder do folguedo e utilizados especialmente em
dias festivos. São adquiridos com muita dificuldade, pois os
recursos financeiros do grupo são poucos, no entanto, percebe-se o
zelo e a dedicação de Zé de Binel e sua esposa em manter a
caracterização da Chegança.2
Além dos trajes, as duas “princesas” do grupo levam dois
estandartes estampando símbolos característicos da mourama e da
cristandade.
Notas do artigo
1
DANTAS, Beatriz Góis. Cadernos de Foclore nº 14: Chegança.
Rio de Janeiro: s/ed., 1985. p.07
2
Depoimento de Maria José de Jesus, concedido a Maria Antônia de
Carvalho Barros e Tatiane Santana Santos. Itabaiana, 03 de junho de
2007. (Acervo das Autoras)