O povoamento de Itabaiana se iniciou a partir de doações de sesmarias
a colonos entre o final do século XVI e início do século XVII. A povoação foi
elevada à condição de vila pela portaria de 20 de outubro de 1697. Itabaiana
tornou-se vila sob nome de Santo Antônio e Almas de Itabaiana. Durante o século
XVIII e XIX, era a maior de Sergipe, ocupava grandes porções dos atuais agreste
e sertão sergipano e terras do atual sertão baiano. Em 28 agosto de 1888, pela
resolução 1331, foi elevada à condição cidade. Devido ao desenvolvimento
econômico e processo de divisão administrativa, Itabaiana se desmembrou em
diversos municípios, mas tornou-se o mais importante município do interior
sergipano.
Os itabaianenses do
século XIX comercializavam nas mais importantes feiras da Província de Sergipe
(Laranjeiras, São Cristóvão, Maruim, Propriá), Bahia, Ceará e Pernambuco.
Itabaiana ainda não tinha em sua sede uma feira bem estruturada, apesar de ser
uma terra com grande produção agrícola. Desde tempos idos a feira de Itabaiana é
realizada aos sábados. O local da antiga feira de Itabaiana era a Praça da
Matriz. Comercializavam-se as mercadorias em pequenos botecos confeccionados
com varas e esteiras. Assim se procedia por facilitarem a tarefa de desarmamento
tão logo a feira fosse encerrada, no final da tarde. As mercadorias pagavam
impostos. Desde essa época grande era a variedade de produtos comercializados (carnes,
cereais, açúcar, café, bebidas, remédios caseiros, tecidos, couro e etc).
Grande impulso ganhou a
feira de Itabaiana com a edificação de um Mercado Municipal no final do século
XIX, situado atualmente num prédio vizinho à atual Prefeitura. Devido às
rivalidades políticas da República Velha, a cidade passou a ter dois mercados
(Mercado dos Pebas e Cabaús). Em 1926, foi edificado o Mercado Municipal e a
feira passou a funcionar no atual Largo Santo Antonio. Com o crescimento da
cidade, especialmente nas décadas de 50 e 60 do século passado, a cidade passou
a ter dois dias de feira livre, o tradicional sábado e quartas-feiras. Nessa
época também a extensão da feira foi sensivelmente ampliada com a ocupação do
atual Largo José do Prado Franco. Mais recentemente, o município edificou o
atual “Marcadão”, outrora Tanque do Povo, o que impulsionou de forma decisiva o
progresso da cidade. Atualmente, a feira
de Itabaiana ocupa um espaço físico considerável do centro da cidade e é
frequentada por milhares de pessoas das mais variadas cidades.
Foto: Acervo João Teixeira Lobo. Foto do Mercado dos Cabaús
Itabaiana é
nacionalmente conhecida terra de empreendedores graças à sua feira que é,
indubitavelmente, a mais importante do Estado de Sergipe e uma das mais
destacadas do Norte e Nordeste, chegando até a ser cenário do romance “Vidas
Perdidas” do escritor Carvalho Neto e homenageada com a canção pelo cantor Nill
Cacho.
Texto: Wanderlei
Menezes (Secretaria Municipal de Cultura)